terça-feira, 2 de setembro de 2008

“D&D: aventura sem compromisso”


Tendo em conta a dificuldade crescente de ter sessões regulares numa campanha a longo-prazo, e tentando “saciar a fome” dos fanáticos de D&D (eu incluído), uma forma de dar a volta ao vazio criado pelas sessões canceladas à última da hora pode ser a adopção de um cenário livre de aventura, um pouco ao estilo das BD originais do Conan. Numa revista o Conan podia estar numa cidade a assaltar a torre do feiticeiro mau, e na revista seguinte já o tínhamos noutra cidade a matar uma anaconda de cinco metros num templo de Seth, o deus-serpente.


Este tipo de liberdade pode permitir uma dose gigantesca de criatividade e improviso, se um grupo de D&D se dedicar a isso, tirando umas folgas das campanhas extensas, mais sérias, e que envolvem mais trabalho. As aventuras podem ser centradas na grande cidade “Shadizar” (nome roubado a Conan), ou com qualquer outro nome, e a partir daí o improviso toma conta. Não só da parte do DM, mas também dos jogadores, que assim podem ajudar a criar uma campanha peça-a-peça, inventando deuses e afins consoante a necessidade. Isto dá espaço para jogar as mini-quests oficiais que sempre quisemos jogar, mas que nunca se enquadraram com as campanhas-mães, ou experimentar jogar uma classe diferente, ou uma raça diferente. Permite alternar de DM, e ir criando uma espécie de “Enciclopédia/Atlas” onde a criação do mundo é feita por todos, a pouco e pouco.
Em suma: muita sword & sorcery ao estilo da velha escola Conan, onde a imaginação não tem limite.

6 comentários:

Alex disse...

Para ser perfeitamente franco, acho que isto só vai contribuir para diluir a nossa motivação em pequenos projectos diversos e o rol principal vai sair prejudicado... Parte do que faz o nosso rol ser tão bom é exactamente o tempo e dedicação que lhe investimos, seja a escrever histórias, a fazer rol ou a imaginar o que vamos fazer a seguir.

Se realmente decidirem tomar esta via podem contar comigo para participar e percebo esse desejo de experimentar um pouco de tudo, porque no IST fizemos o mesmo. O problema é que depois vais ficar com muitos rols dispersos e nenhum com a coesão que nós aqui já atingimos...

Psygnnosed disse...

"Olhe que não, sôtor... olhe que não..." :)
Repara que eu não estou a sugerir repartir o tempo/recursos da campanha-mãe. Raios, se estive três ou quatro vezes à beira de acabar com ela, e se vocês não deixaram, agora é que ela não acaba decididamente enquanto vocês não matarem o Olothontor, ou eles vos matar a vocês! Nem que eu tenho que vos arrastar até à mesa, e amarrar a uma cadeira! :)

O que me motiva também não é o "experimentar tudo". Repara que repetidas vezes surgem sugestões para ir jogar outros sistemas e eu sou sempre dos que fazem parte da "facção de la resistance" e que insisto sempre "cada coisa a seu tempo, por agora concentremo-nos apenas em D&D".

No entanto, repara na dificuldade crescente que há de reunir quórum para fazer sessões. Hoje estamos a dia 5 de Setembro, e se não conseguirmos jogar para a semana, só voltamos a ter sessão em Outubro. A última vez que se jogou foi a 24 de Agosto. Ou seja, mês e meio entre sessões. E recordo que a sessão de encerramento do nosso "2º Acto" teve que ser adiada três vezes, e mesmo assim acabámos por jogá-la com apenas três, de cinco jogadores.

Para quem vive D&D como nos vivemos, o ideal era mesmo ter sessões semanais. Mas para metade de nós, os bons velhos tempos da Universidade já lá vão, e como tal, o tempo já começa a pesar aos poucos.

Posto isto, podemos seguir várias abordagens. Podemos instituir como regra que a partir do momento em que se marca uma sessão, esta é jogada independentemente de quem aparecer, evitando-se assim o estar a adiar sessões em cima da hora. Isto tem o efeito negativo de levar a que alguns jogadores fiquem muito desligados da história, e tem o mal de obrigar o DM a alterar os encontros, ou a introduzir NPC à pressão para vos ajudar no mesmo - o que não é uma boa solução.
No reverso da medalha, se não escolhermos esta opção, corremos o risco de, havendo tempos de espera entre sessões na ordem de um mês e meio, chegarmos ao fim de um ano e termos jogado... 8 ou 9 sessões. E isto sim, mata qualquer coerência numa campanha/história. Bem sabemos, por experiência, que quando se passam muitos dias entre sessões, metade dos jogadres já não consegue recordar 50% do que ocorreu nas sessões anteriores, e coisas que em "tempo de jogo" se passaram na noite anterior, parecem ter-se passado há já uma data de semanas.

Em suma, não há uma situação "win-win" para isto. Pode haver, quanto muito, uma "lesser of two evils". :)

A opção do "mundo alternativo de semi-improviso", seria para preencher essas lacunas de tempo, e permitir-nos jogar algumas quests pontuais (um pouco o que eu fiz com os "Interlúdios", mas esses exigiram uma dose considerável de trabalho, uma vez que estavam paralelos à campanha-mãe), e até experimentar jogar com outras pessoas que estejam em situação semelhante à nossa, ou que pretendam experimentar D&D e não tenham com quem o fazer.

Por enquanto, estou apenas a colocar as cartas em cima da mesa, para estudarmos quais são as opções que temos, e como podemos "ganhar a parada".

Alex disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alex disse...

Bem, estás a passar aqui algumas informação que eu não sabia... Mais do que uma pessoa não vão poder fazer rol dias 7, 14, 21 e 28???

É de facto chato fazermos rol sem o grupo todo e obviamente que é complicado conjugar sempre o horário de 6 pessoas... Mas e de 5? Mesmo que falte uma pessoa por sessão, acho que se consegue fazer as coisas mais ou menos bem e mantermos o fluxo contínuo de rols na mesma...

Esta semana tanto quanto sei, tanto o David como a Sandra não vão poder. Obviamente, não se faz nada. E as restantes? Vamos sempre ter duas pessoas que não podem vir?

Quanto aos "mini-rols" não é uma questão de tirar ou não tempo ao rol principal. Agora, quanto tempo julgas que vai demorar até que um de nós tenha mesmo gostado da personagem do rol b, c ou d e não lhes apeteça voltar ao rol inicial? E quanto tempo vai demorar até começarmos a misturar histórias umas com as outras?

E, opostamente, alguém não gostou de um mini-rol. Na semana seguinte, sabendo que se faltar pelo menos uma pessoa se vai voltar ao mesmo mini-rol, quanto tempo pensas que vai demorar até que essa pessoa arranje uma desculpa para não vir? Obviamente que depois em vez de faltar um faltam dois e então é que não se faz mesmo nada...

Pessoalmente já tive nesta fase de fazermos 3 ou 4 rols ao mesmo tempo e depois acabam todos por sofrer porque uma pessoa gosta mesmo de um deles mas tá farto do outro e outra pessoa pensa o oposto... Acho sinceramente que mais tarde ou mais isso dá buraco e acaba por desmotivar toda a gente... Parece-me preferível de longe que nos foquemos num rol de cada vez.

Quanto ao rol principal. De facto é desagradável não ter mais de metade dos jogadores disponíveis para fazer o rol e acaba de facto por estragar o divertimento a toda a gente. E de facto é complicado conjugar as disponibilidades de 6 pessoas simultaneamente, todos nós temos outras coisas na vida e nem sempre é fácil.

Não tenho ideia porque é que nos outros 3 fim-de-semana deste mês não vai dar, mas terá que ser uma de duas coisas: se for um acontecimento ocasional, vamos ter esta pausa de mês e meio mas depois a coisa volta ao sítio; se for um evento mais ou menos permanente, então se calhar temos é que começar a planear rols para metade das pessoas de cada vez...

De uma forma ou de outra, se não temos nem metade das pessoas para fazer o rol principal, onde vamos ter pessoas para mini-rols?

Sid disse...

Bem estes mini rolls acho que seriam para situaçoes mais graves
como a falta de 2 ou 3 jogadores.

Da maneira que o Jorge me explicou os mini rolls iam ser algo para o ppl puramente viciado em D&D como ele, para alturas onde ele podese jogar umas poucas vezes como jogador e nao DM e em alturas que nao desse para fazer o roll da campanha mae.
Sendo que sao sessoes exclusivamente so de um dia acho que nao vai haver muito tempo para
pegar muito a uma historia seria
ou a uma personagem, vao ser aventuras basicas tipo:

"somos um grupo de aventureiros temos de matar o cavaleiro que raptou a princesa".

Depois disso a aventura acaba e o mundo "morre/dorme" ate surgir outro azar com o ppl da campanha mae, onde se volta outra vez a fazer outra sessao de um dia.

Podemos secalhar chamar a isto uma especie de cidade de aventuras que servem como revista numa sala de espera para a campanha mae...ou algo como aqueles reclames que passam na televisao durante os intervalos de um filme =P

Se alguem tiver mais soluçoes para satisfazer o ppl podre de viciado em D&D é so disparar para o forum =P

Quanto a forma de aranjar players de curto prazo acho que nao é muito complicado, o complicado é aranjar um grupo mais permanente para uma campanha mae.
Pessoas que podem participar em sessoes livres sem comprimissos temos ja 5 confirmadas entre as quais 3 nao fazem parte da campanha mae, e nem tivemos de nos esforçar muito...

Agora no que toca a esses dias todos sem a campanha mae, nao era
por o Jorge ter de ir para espanha? O.o

By the way! Alex nao percebi se dia 7 tambem apareces para a sessao ou nao, vai ser as 14:30 aqui em sintra

Psygnnosed disse...

Sobre as questões das datas, já enviei mail para toda a gente - para não estar a "spammar" aqui a página.

Quanto ao "tema central", de facto o Alex levanta algumas questões pertinentes. No entanto, eu não queria manter 2 ou 3 campanhas em paralelo. As tais mini-sessões serviriam somente para jogar, por exemplo, aqueles módulos oficiais, que à partida não costumam ser muito interessantes para o "mainstream", mas que poderiam dar uma dose ou outra de "fun" pontualmente.

Em suma, o problema central aqui é a campanha-mãe. Se corresse às mil maravilhas nunca teríamos sequer a necessidade desta conversa. Mas nota que desde o dia 11 de Maio ainda só conseguimos reunir o grupo todo uma única vez. E houve necessidade de alterar várias vezes as sessões, e mesmo assim, pelo menos duas delas foram jogadas com apenas 2 ou 3 jogadores. Como tal, e por eu estar a achar que isto não é de facto apenas uma situação que tenha ocorrido sem excepção, estou somente a procurar ideias/soluções.

De qualquer forma, uma vez que as "opiniães" em redor deste assunto foram mesmo muito escassas, o melhor mesmo é esquecê-lo e dar este tópico por encerrado. ;)

Aproveitemos para cruzar os dedos e esperar que as coisas consigam melhorar um bocadinho para voltarmos aos grandes dias em que o mundo fica à beira de colapsar apenas porque um de vocês se lembrou de dizer "Olha ali aquela cena, não parece gira...?"