Este blog foi extinto.
O novo "poiso" fica em: http://silverymoon.ning.com/
quinta-feira, 21 de maio de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
"Sessão 12 - Vão-se Lich'ar!"
Vão-se Lich’ar!
Isto é o que eu tenho a dizer aos meus jogadores, depois de compararem as minhas sessões a Yu-Gi-Oh...
A minha sede de vingança não será branda!
Colocando momentaneamente de lado o meu ódio, esta foi mais uma das sessões a entrar para o lote das “excepcionais”.
Com a entrada em Caer’bara e a introdução dos Fenmarel’quessir, os receios “de uma certa peúga púrpura” mostram-se agora infundados. A história tem muito para dar!
»» Pelo Melhor:
Havia dois grandes desafios para esta sessão em particular: fazer de Caer’bara algo interessante, e pensar no que estaria na parte do Sul da Grande Floresta.
Quanto a Caer’bara, há já algum tempo que eu vinha a trabalhar na dita cuja (praticamente desde que o troll criou o conceito). Entendi que não devia de a apresentar como “umas ruínas élficas que estavam ali esquecidas a um canto”, mas sim com uma visão própria e diferente de tudo o que até aqui tinha sido explorado. Assim, “a velha capital de Eaerlann” apresentava-se com um testemunho triste dos tempos de outrora. Ligar o declínio de Caer’bara com a ascensão de Lothen foi um daqueles “toques à Psy”.
Faltava somente povoar a cidade com alguns “indígenas” interessantes...
Os Encontros em Caer’bara
Inferno Spiders (CR 8)
Comecei a pensar, em termos de ecologia, “que bichos é que habitariam numas ruínas escuras, húmidas e quentes”? Ora, nem mais, Inferno Spiders! Ainda mais, o facto de Caer’bara estar à beira de um vulcão, era justificação mais do que plausível para as “fire abilities” delas. Entretanto, lembrei-me de ir buscar o velho mapa que eu tinha, de uma praça de cidade, e usá-la para um encontro interessante. O combate correu bem, foi interessante, e serviu o seu propósito: amaciar ligeiramente o grupo.
Baralhei-me um bocado com as stats dos bichos, um pouco por culpa da WOTC que em cada livro muda a forma de apresentar a info (hate them!). Também fiquei na dúvida se usei bem a cena do veneno. É suposto aquilo ser activado em todos os ataques? É suposto ser só em relação ao primeiro save?
Stone Golem (CR 11)
Notem que, mais uma vez, tudo o que ocorreu no interior da Guilda Arcana é culpa do David! Ele é que escreveu aquelas coisas todas... eu só as interpretei... :P
Pensando em termos de “combates seguidos e variados”, o golem surgia como o “juggernaut” do dia. Grande, com muitos hp, e a fazer muito dano.
Porque razão eu “nerfei” os golems: o grupo estava reduzido (apenas 3 elementos), já tinha passado por um desafio forte, e caso eu rolasse um critical, arriscava a espetar 58 de dano com um golpe numa das personagens, o que poderia ser fatal no caso particular do Jack. Não que ele não merecesse, mas estar a matar o Jack duas vezes com estátuas mágicas era um bocadinho evil. :P
O combate foi um desafio à altura, tendo o seu momento alto ocorrido quando o Sid ficou com as duas bracers presas nos “enormes seios de pedra da Amazona-golem-elfa”.
Se a Karelya te visse!!!
Liches (CR 7)
Bem, e a surpresa em forma de comité de boas vindas estava no interior da sala de magia, com quatro liches fofos à espera dos jogadores. O cenário foi talvez o mais interessante em que jogámos até aqui. Infelizmente os liches não estiveram à altura... Os REF saves do grupo são demasiado altos, e eu evito usar os spells de WILL para fazer dominate ao grupo. Isto torna os spellcasters quase obsoletos, a menos que estejam apoiados com melee. Assim, os magos acabaram por passar “quase despercebidos”... Tirando um ou dois magic missile na peúga púrpura, e a web, ao qual o Gengibre escapou com grande nível, os “ai-e-tal-coitadinhos-de-nós-estamos-tão-mortos-com-liches” nem serviram para aquecer.
Ora, somando tudo, acho que os combates foram muito bons (ainda faltam os shadow dragons e os advanced fiendish driders...).
Os Fenmarel’quessir
Após o resultado algo inesperado da sessão anterior, era preciso, em tempo recorde, desenvolver o que quer que houvesse no Sul, e que poderia vir a servir como aliado dos refugiados de Caer’bara. Surgiu-me a ideia de criar de raiz toda uma civilização élfica que tivesse um estilo de vida meio cigano, e que fosse diferente do habitual. Pegar no “mito” dos feral elves e trabalhar em redor do mesmo, pareceu-me interessante. E aqui temos novas personagens, diferentes, interessantes, originais, e que podem ajudar a redesenhar o que conhecemos como “A Grande Floresta”.
Algo que eu gostaria de salientar pela parte positiva, foi a imediata decisão do Sid de começar a aprender a língua dos Fenmarel’quessir. É bonito, muito in-character (sempre em busca de conhecer novas gentes e os seus hábitos), e vai dar bónus de role-play ao Gengibre (a anunciar).
»» Pelo Pior:
Pessoalmente, não tenho nada em particular a apontar pelo pior. No entanto, o Gengibre enviou-me uma mensagem a dizer que se sentia magoado por estarem constantemente a atirar-lhe à cara que é chulo. Tendo noção que tenho parte da responsabilidade nisso, aproveito para pedir desculpas – aqui perante o tribunal – pelo ocorrido. Em parte, sabem que eu chamo chulo a tudo e todos, na maioria das vezes na brincadeira, mas nesta sessão, agora pensando em retrospectiva, é provável que tenha sido mais “cáustico”, e obviamente a minha intenção nunca é fazer os jogadores sentirem-se mal (a menos que se trate do David).
Já tivemos muitos debates em torno do “power level” das personagens, e eu continuo a defender a minha posição: na minha visão, acho que as personagens estão muito bem para a tipologia de campanha em que jogamos. Também devo dizer que me custa um bocado ver sessão-após-sessão tanta contestação em relação aos bichos que eu coloco no caminho do grupo. Em quase quarenta sessões, somente por duas ou três vezes é que surgiu um desafio “over the top”. Todos os restantes são rigorosamente ao nível do grupo, e quando coloco algo mais forte, faço as adaptações que julgo necessárias para equilibrar com o grupo, como foi o caso de retirar os +8 de dano do golem. Já disse várias vezes: comparem as personagens com os bichos que estão nos “livros oficiais” e vejam se de facto estão tão indefesos como constantemente se queixam. Eu continuo a achar que vocês fazem as comparações pela negativa, reclamando que as personagens deviam estar muito mais fortes, que é precisamente o que ocorre no estilo de jogo Americano, que é delineado por combates atrás de combates atrás de combates. Em mais de 75% dos casos, o grupo derrota com extrema facilidade os adversários, e isso eu sei melhor do que ninguém, pois sou eu que estou deste lado do tabuleiro, e como tal tenho uma leitura privilegiada.
Também me parece excessivo o vendaval que acontece quando aparece um bicho com damage reduction ou que tenha uma habilidade que seja particularmente resistente a algum membro do grupo, seja o facto de serem imunes a criticals, ou estarem protegidos contra grapple, ou outra coisa qualquer. Em 90% dos casos a reacção é exagerada, dando a entender que as personagens são umas “princesinhas” que assim que aparece algo menos fácil fazem beicinho e dizem “não brinco mais!”.
Em relação ao Sid estar mais forte do que o resto dos companheiros, convém não esquecer que praticamente em cada sessão o Gengibre compra equipamento para investir no potencial do Sid, algo que não acontece com os outros membros do grupo... Posto isto, é mais que óbvio que os saves dele são melhores, as habilidades dele são melhores, e o equipamento dele é melhor. Não me parece justo estarem a apontar baterias ao DM e a dizer que as personagens estão fracas, quando só um dos membros do grupo é que usa o loot dos combates para melhorar a personagem...
Se aparece um bicho que voa: amuam porque “não faço nada e mais vale ficar aqui de braços cruzados”.
Se levam uma porrada grande: amuam porque “o DM não lhes dá poções de cura”.
Se aparece um bicho com Fire Resist 10: amuam porque “as minhas armas não prestam, não consigo fazer dano ao bicho, mais vale ficar de braços cruzados”.
...
E DEPOIS EU É QUE SOU A PRINCESA!!!
»» O Momento da Sessão:
A batalha com as inferno spiders está ao rubro. De cima do telhado, o troll diz: “Vou fazer charge, saltar cá de cima, e esmerdar a aranha toda! Tou para aqui com esta treta toda, e ainda me sai um fumble...”
O troll rola o dado: 1
A gargalhada é geral. O momento é profético. O DM não pode perder a oportunidade, e atira o “charging werewolf” para dentro de um poço... que está a seis metros da aranha...
Só porque é o David... :P
»» Nota da Sessão: 18/19
Em termos de role, a coisa correu muito bem, em termos de ambiente o mesmo se passou, e, como já referi, os combates foram muito giros. Tudo junto, leva esta a ser uma das sessões com melhor nota até ao momento.
»» Lições e Considerações:
O que eu teria feito diferente? Se voltasse atrás, provavelmente substituía os golems por shield guardians, e punha os liches a descer as escadas, fazendo um combate mais dinâmico.
Isto é o que eu tenho a dizer aos meus jogadores, depois de compararem as minhas sessões a Yu-Gi-Oh...
A minha sede de vingança não será branda!
Colocando momentaneamente de lado o meu ódio, esta foi mais uma das sessões a entrar para o lote das “excepcionais”.
Com a entrada em Caer’bara e a introdução dos Fenmarel’quessir, os receios “de uma certa peúga púrpura” mostram-se agora infundados. A história tem muito para dar!
»» Pelo Melhor:
Havia dois grandes desafios para esta sessão em particular: fazer de Caer’bara algo interessante, e pensar no que estaria na parte do Sul da Grande Floresta.
Quanto a Caer’bara, há já algum tempo que eu vinha a trabalhar na dita cuja (praticamente desde que o troll criou o conceito). Entendi que não devia de a apresentar como “umas ruínas élficas que estavam ali esquecidas a um canto”, mas sim com uma visão própria e diferente de tudo o que até aqui tinha sido explorado. Assim, “a velha capital de Eaerlann” apresentava-se com um testemunho triste dos tempos de outrora. Ligar o declínio de Caer’bara com a ascensão de Lothen foi um daqueles “toques à Psy”.
Faltava somente povoar a cidade com alguns “indígenas” interessantes...
Os Encontros em Caer’bara
Inferno Spiders (CR 8)
Comecei a pensar, em termos de ecologia, “que bichos é que habitariam numas ruínas escuras, húmidas e quentes”? Ora, nem mais, Inferno Spiders! Ainda mais, o facto de Caer’bara estar à beira de um vulcão, era justificação mais do que plausível para as “fire abilities” delas. Entretanto, lembrei-me de ir buscar o velho mapa que eu tinha, de uma praça de cidade, e usá-la para um encontro interessante. O combate correu bem, foi interessante, e serviu o seu propósito: amaciar ligeiramente o grupo.
Baralhei-me um bocado com as stats dos bichos, um pouco por culpa da WOTC que em cada livro muda a forma de apresentar a info (hate them!). Também fiquei na dúvida se usei bem a cena do veneno. É suposto aquilo ser activado em todos os ataques? É suposto ser só em relação ao primeiro save?
Stone Golem (CR 11)
Notem que, mais uma vez, tudo o que ocorreu no interior da Guilda Arcana é culpa do David! Ele é que escreveu aquelas coisas todas... eu só as interpretei... :P
Pensando em termos de “combates seguidos e variados”, o golem surgia como o “juggernaut” do dia. Grande, com muitos hp, e a fazer muito dano.
Porque razão eu “nerfei” os golems: o grupo estava reduzido (apenas 3 elementos), já tinha passado por um desafio forte, e caso eu rolasse um critical, arriscava a espetar 58 de dano com um golpe numa das personagens, o que poderia ser fatal no caso particular do Jack. Não que ele não merecesse, mas estar a matar o Jack duas vezes com estátuas mágicas era um bocadinho evil. :P
O combate foi um desafio à altura, tendo o seu momento alto ocorrido quando o Sid ficou com as duas bracers presas nos “enormes seios de pedra da Amazona-golem-elfa”.
Se a Karelya te visse!!!
Liches (CR 7)
Bem, e a surpresa em forma de comité de boas vindas estava no interior da sala de magia, com quatro liches fofos à espera dos jogadores. O cenário foi talvez o mais interessante em que jogámos até aqui. Infelizmente os liches não estiveram à altura... Os REF saves do grupo são demasiado altos, e eu evito usar os spells de WILL para fazer dominate ao grupo. Isto torna os spellcasters quase obsoletos, a menos que estejam apoiados com melee. Assim, os magos acabaram por passar “quase despercebidos”... Tirando um ou dois magic missile na peúga púrpura, e a web, ao qual o Gengibre escapou com grande nível, os “ai-e-tal-coitadinhos-de-nós-estamos-tão-mortos-com-liches” nem serviram para aquecer.
Ora, somando tudo, acho que os combates foram muito bons (ainda faltam os shadow dragons e os advanced fiendish driders...).
Os Fenmarel’quessir
Após o resultado algo inesperado da sessão anterior, era preciso, em tempo recorde, desenvolver o que quer que houvesse no Sul, e que poderia vir a servir como aliado dos refugiados de Caer’bara. Surgiu-me a ideia de criar de raiz toda uma civilização élfica que tivesse um estilo de vida meio cigano, e que fosse diferente do habitual. Pegar no “mito” dos feral elves e trabalhar em redor do mesmo, pareceu-me interessante. E aqui temos novas personagens, diferentes, interessantes, originais, e que podem ajudar a redesenhar o que conhecemos como “A Grande Floresta”.
Algo que eu gostaria de salientar pela parte positiva, foi a imediata decisão do Sid de começar a aprender a língua dos Fenmarel’quessir. É bonito, muito in-character (sempre em busca de conhecer novas gentes e os seus hábitos), e vai dar bónus de role-play ao Gengibre (a anunciar).
»» Pelo Pior:
Pessoalmente, não tenho nada em particular a apontar pelo pior. No entanto, o Gengibre enviou-me uma mensagem a dizer que se sentia magoado por estarem constantemente a atirar-lhe à cara que é chulo. Tendo noção que tenho parte da responsabilidade nisso, aproveito para pedir desculpas – aqui perante o tribunal – pelo ocorrido. Em parte, sabem que eu chamo chulo a tudo e todos, na maioria das vezes na brincadeira, mas nesta sessão, agora pensando em retrospectiva, é provável que tenha sido mais “cáustico”, e obviamente a minha intenção nunca é fazer os jogadores sentirem-se mal (a menos que se trate do David).
Já tivemos muitos debates em torno do “power level” das personagens, e eu continuo a defender a minha posição: na minha visão, acho que as personagens estão muito bem para a tipologia de campanha em que jogamos. Também devo dizer que me custa um bocado ver sessão-após-sessão tanta contestação em relação aos bichos que eu coloco no caminho do grupo. Em quase quarenta sessões, somente por duas ou três vezes é que surgiu um desafio “over the top”. Todos os restantes são rigorosamente ao nível do grupo, e quando coloco algo mais forte, faço as adaptações que julgo necessárias para equilibrar com o grupo, como foi o caso de retirar os +8 de dano do golem. Já disse várias vezes: comparem as personagens com os bichos que estão nos “livros oficiais” e vejam se de facto estão tão indefesos como constantemente se queixam. Eu continuo a achar que vocês fazem as comparações pela negativa, reclamando que as personagens deviam estar muito mais fortes, que é precisamente o que ocorre no estilo de jogo Americano, que é delineado por combates atrás de combates atrás de combates. Em mais de 75% dos casos, o grupo derrota com extrema facilidade os adversários, e isso eu sei melhor do que ninguém, pois sou eu que estou deste lado do tabuleiro, e como tal tenho uma leitura privilegiada.
Também me parece excessivo o vendaval que acontece quando aparece um bicho com damage reduction ou que tenha uma habilidade que seja particularmente resistente a algum membro do grupo, seja o facto de serem imunes a criticals, ou estarem protegidos contra grapple, ou outra coisa qualquer. Em 90% dos casos a reacção é exagerada, dando a entender que as personagens são umas “princesinhas” que assim que aparece algo menos fácil fazem beicinho e dizem “não brinco mais!”.
Em relação ao Sid estar mais forte do que o resto dos companheiros, convém não esquecer que praticamente em cada sessão o Gengibre compra equipamento para investir no potencial do Sid, algo que não acontece com os outros membros do grupo... Posto isto, é mais que óbvio que os saves dele são melhores, as habilidades dele são melhores, e o equipamento dele é melhor. Não me parece justo estarem a apontar baterias ao DM e a dizer que as personagens estão fracas, quando só um dos membros do grupo é que usa o loot dos combates para melhorar a personagem...
Se aparece um bicho que voa: amuam porque “não faço nada e mais vale ficar aqui de braços cruzados”.
Se levam uma porrada grande: amuam porque “o DM não lhes dá poções de cura”.
Se aparece um bicho com Fire Resist 10: amuam porque “as minhas armas não prestam, não consigo fazer dano ao bicho, mais vale ficar de braços cruzados”.
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E DEPOIS EU É QUE SOU A PRINCESA!!!
»» O Momento da Sessão:
A batalha com as inferno spiders está ao rubro. De cima do telhado, o troll diz: “Vou fazer charge, saltar cá de cima, e esmerdar a aranha toda! Tou para aqui com esta treta toda, e ainda me sai um fumble...”
O troll rola o dado: 1
A gargalhada é geral. O momento é profético. O DM não pode perder a oportunidade, e atira o “charging werewolf” para dentro de um poço... que está a seis metros da aranha...
Só porque é o David... :P
»» Nota da Sessão: 18/19
Em termos de role, a coisa correu muito bem, em termos de ambiente o mesmo se passou, e, como já referi, os combates foram muito giros. Tudo junto, leva esta a ser uma das sessões com melhor nota até ao momento.
»» Lições e Considerações:
O que eu teria feito diferente? Se voltasse atrás, provavelmente substituía os golems por shield guardians, e punha os liches a descer as escadas, fazendo um combate mais dinâmico.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
"Sessão 11: Tiamat Unleashed"
Tanto que haveria por escrever sobre esta sessão...
Se eu fosse a falar de tudo, não chegavam três blogues!
Mais vale começar, logicamente, pelo princípio.
Kasdeva e O Pacto de Tiamat
Quando se procura criar vilões a sério e histórias a sério, mais importante do que ter um vilão poderoso, é fazer com que os seus actos tenham efeitos poderosos. Kasdeva não era propriamente poderosa – como aliás foi possível constatar – mas o efeito da “obra” dela... vai seguramente perdurar por muitos e longos anos na High Forest.
O Pacto de Tiamat tinha que ser algo imponente. Não podia ser um ritualzeco que qualquer dragão conjurasse. E como tal, as “bênçãos” desse Pacto teriam que ser algo tangível. Não podia simplesmente ser um “boost” nas habilidades do dragão, ou algo tão simples como um “wish”. Se era um Pacto de uma deusa lawful evil, então o efeito teria que perdurar na memória das suas vítimas.
A Batalha
Eu não sabia ao certo como é que tudo isto se iria processar. Aliás, isto nem era suposto processar-se, verdade seja dita. Esta ideia ocorreu-me há relativamente pouco tempo. A Kasdeva estava pensada para uns níveis mais à frente, mas eu comecei a pensar “bom, se guardo os dragões todos para o final, vai ser um bocado aborrecido... chegamos a nível 18 e passamos as sessões todas a matar dragões...” Mas então, como é que se caça um dragão de CR16-18 com um grupo de nível 11? E como é que se resolve a questão da “progenia de Tiamat”?
Kasdeva tinha uma natureza semi-demoníaca, fruto de um pacto com o demon overlord que há vários milénios planeava a sua libertação da prisão que era o Avô-Árvore. O seu objectivo era usar o Pacto para obter uma força que lhe permitisse derrubar as forças de Turlang e assim libertar o demónio, tornando-se uma leal serva deste, e acumulando ainda mais poder – ficando provavelmente como “dona” da High Forest. Estes eram os seus planos.
Enfim, mas a bem da “saúde” de uma campanha, eu nunca iria dizer simplesmente “bom, de um dia para o outro apareceu um dragão muita poderoso que conquistou o pessoal todo da High Forest, e matou aquilo tudo”. Os jogadores têm sempre que ter uma palavra a dizer. E assim comecei à procura de uma forma de resolver uma “mass battle” em defesa do Avô-Árvore, em simultâneo com uma caça à Kasdeva. Sim, Kasdeva tinha que cair aqui. Este era um momento importante da Campanha. Era preciso matar o dragão verde.
Pensei numa forma simples de resolver a batalha dos exércitos. Não queria passar horas a rolar dados e a aplicar modifiers, e percentagens e sei lá o quê mais. Isso seria aborrecido. Então desenvolvi um sistema simples, e equilibrado. Existe o mesmo número de exércitos do lado dos bons e do lado dos maus. Têm exactamente os mesmos modifiers (+10, +8, +6, +4), e a única coisa que vai fazer variar esta balança é a “simulação táctica”. Pareceu-me ser um desafio muito interessante, e daquelas coisas raras – e difíceis de conseguir – onde é possível desfiar ao mesmo tempo os jogadores, e as personagens. O knowledge dragons da Sionna e do Lithlandis tinham um papel crucial para a estratégia, e o conhecimento próprio dos jogadores em relação a cada “tribo” e à sua constituição, pontos fortes, fracos, etc., seria o contrapeso na balança.
Tudo isto dava um desafio equilibrado, e ao mesmo tempo mantinha “o espírito de D&D” de deixar os dados funcionar como “forças do Destino”.
Infelizmente, quis o Destino que a sorte (?) estivesse do lado do DM. Pode-se dizer que foi por uma unha negra. Da mesma forma que, se 2 dos 3 PC ficassem knocked-out eu acabava a batalha com a derrota da High Forest, caso a Kasdeva tombasse antes do Avô-Árvore levar o dano máximo, a batalha terminava com a vitória das forças da High Forest. Foi por um turno. A Kasdeva morreu exactamente um turno depois do Avô-Árvore ser destruído.
»» Pelo Melhor:
Eu diria que o resultado, apesar de inesperado, acabou por ser o mais interessante de tudo. A Campanha levou um abanão considerável. Eu sabia que o resultado mais provável era a vitória da High Forest. Já tinha visto com que facilidade o David e a Sandra rolavam knowledge dragons, e só se o pessoal fosse muito burro (“bora colocar os treants contra os red dragons”) é que haveria uma catástrofe em termos dos modifiers da batalha.
Sabia que o segundo resultado mais provável passava por a Kasdeva matar ou neutralizar grande parte do grupo. Bastava um falhanço num save vs breath, ou um full attack com um critical pelo meio, e qualquer uma das personagens ficava com os HP muito próximos de zero (no caso do Jack, inclusive abaixo disso). Se este cenário acontecesse, eu estava preparado para fazer um reset à Campanha. Vocês eram capturados, o Pacto era terminado, e a Campanha continuava cerca de 100 anos depois, com o Lithlandis agrilhoado como uma espécie de troféu dos dragões, os dois humanos transformados em estátuas de pedra a adornar o palácio dos Morueme, e com a drow aprisionada de uma forma que não posso revelar, por questões de “spoiler”. Seria uma reviravolta tremenda na Campanha, e que levaria o grupo a trabalhar “de trás para a frente”. Não deixava de ser interessante, se bem que mandava todo o trabalho que fiz com o planeamento da Campanha para o lixo. Mas estava disposto a tal.
O cenário que acabou por acontecer, era o que me parecia menos provável, mas alas!, a Lei de Murphy é infalível. Era o único com o qual eu não tinha perdido muito tempo a pensar nas consequências, e assim vai-me dar algum trabalho em pensar no “dia depois de amanhã”. Uma coisa é certa: trouxe um fôlego novo à Campanha, e vai-nos obrigar a parar e repensar prioridades.
Se pararmos para pensar nesta nova realidade, é exactamente aquilo que o Jack queria. Ele não anda há uma data de tempo a dizer que era preciso encontrar uma força suficientemente poderosa para fazer frente aos anões? Bom... aí está ela! ;)
E percebem agora porque razão eu disse que, nas suas boas intenções, quando o David decidiu retirar os elfos dos Silver Marches e mandá-los para a High Forest, lhes tinha assinado a sentença de morte? Era-lhe obviamente impossível prever o que iria acontecer, mas eu já sabia que os pobres refugiados, a dada altura iam cruzar caminho com “uns quantos tipos de várias cores”. Foi literalmente um “saltar da frigideira, para o meio da fogueira”.
»» O Momento da Sessão:
O Avô-Árvore tomba. Ok... e agora? Era preciso que isto tivesse um significado sério. Algo do estilo “ground-breaking”. Tal como foi referido, custa bastante “descartar” assim tantos NPC importantes e que foram construídos ao longo de tantas sessões. É triste ver o Turlang morrer, ver o Asteraceae morrer, ver o próprio Hulrune morrer, e até mesmo o Sernius, uma personagem nova, mas para a qual eu tinha muitos planos para o fazer crescer. Mas outro resultado não seria aceitável. Dizer que as forças da High Forest perdiam, mas “os NPC importantes escapavam todos” seria muito falso. E uma coisa é certa, se custa a todos ver estas “personagens de papel” morrer, é porque de facto o objectivo principal da Campanha foi cumprido: ela tornou-se real... demasiado real.
A primeira Campanha foi muito boa. A segunda superou as expectativas. Mas esta, que ainda vai a meio, acho que já bateu todos os níveis que havia para alcançar.
»» Pelo Pior:
Ter o grupo separado. Passem os anos que passarem, esta espinha vai-me ficar sempre atravessada na goela. Haja os argumentos que houver, esta pedra vai ficar sempre no sapato. Este era um momento-chave na Campanha. Este era um momento de “tudo ou nada”. Este era o momento de ter o grupo mais forte e coeso do que nunca. E foi precisamente neste momento que o grupo se dividiu.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAGHHHH!!!!
Eu tinha pensado numa saída para dar a volta a isto: enquanto o grupo estava a ser curado na Torre dos Harpers, a Karelya conseguia escapar até à orla da floresta, mandava uma mensagem ao Sid, e dava tempo ao grupo de ir a correr salvá-la, perdendo apenas duas ou três horas para chegar ao Avô-Árvore. Mas o desgraçado do Gengibre recebe a mensagem, não diz nada a ninguém, e sai porta fora. E eu fico: “fuck, já me lixaram o esquema...”
Bom, não há volta a dar... o grupo separa-se mesmo...
Não vale a pena estar a bater na mesma tecla, até porque já falei várias vezes de todos os “contras” que resultam disto. De futuro, vamos ter mais cuidado.
»» Lições e Considerações:
Lições?
Humm...
Um rei lendário entre os anões morreu.
Sundabar jaz num monte de ruínas.
Os exércitos dos anões estão espalhados e divididos entre várias tarefas.
Silverymoon e Everlund têm as suas forças reduzidas a metade.
O Pacto dos Silver Marches foi destruído e a Legião Argêntea dissolvida.
Os Eyes of Moradin foram dizimados, e o importante juiz Näsica morto (spoiler!).
Um dos campeões de Corellon foi corrompido, enquanto o outro teve que sacrificar a vida para permitir que os seus protegidos fugissem.
O ancestral Avô-Árvore, o mais importante bastião da Natureza em todo o Faerûn, foi reduzido a cinzas.
Turlang, Asteraceae, Cytogenastaer e todos os treants seculares que representavam “o coração” da High Forest, estão mortos.
Reitheillaethor, o último reduto dos descendentes do original império élfico de Aryvandaar, foi exterminado.
As forças de Lothen dos Picos de Prata foram reduzidas a uma pálida expressão. Sem os Príncipes da cidade, e sem o couatl, pouco resta dos moon elves.
A tribo Uthgardt “Tree Ghost” foi extinta.
Os escassos druidas sobreviventes, sofreram na pele, com a perda das suas faculdades, as consequências da morte do Avô-Árvore...
...
E tudo isto sem que Olothontor tivesse necessidade de sair uma única vez da sua caverna para manchar as mãos... Se isto não faz dele “O” vilão, então não sei o que mais é preciso...
»» Nota da Sessão: 16/17
Algo que me dá alguma pena: tinha planeado para o final da sessão organizar um “Concílio dos Treants”, onde Turlang chamava Lithlandis e Sionna para participar numa reunião com Hulrune (Alex) e o Couatl (Gengibre) para determinar de que forma é que seria possível organizar as forças da High Forest de forma a protegê-la melhor no futuro. A floresta era composta por várias comunidades, que não comunicavam entre si, e isso era uma fraqueza, como aliás revelava a dificuldade em coordenar as forças para travar a progenia de Tiamat.
Ficará para a História como “o Concílio que nunca chegou a ocorrer”...
Se eu fosse a falar de tudo, não chegavam três blogues!
Mais vale começar, logicamente, pelo princípio.
Kasdeva e O Pacto de Tiamat
Quando se procura criar vilões a sério e histórias a sério, mais importante do que ter um vilão poderoso, é fazer com que os seus actos tenham efeitos poderosos. Kasdeva não era propriamente poderosa – como aliás foi possível constatar – mas o efeito da “obra” dela... vai seguramente perdurar por muitos e longos anos na High Forest.
O Pacto de Tiamat tinha que ser algo imponente. Não podia ser um ritualzeco que qualquer dragão conjurasse. E como tal, as “bênçãos” desse Pacto teriam que ser algo tangível. Não podia simplesmente ser um “boost” nas habilidades do dragão, ou algo tão simples como um “wish”. Se era um Pacto de uma deusa lawful evil, então o efeito teria que perdurar na memória das suas vítimas.
A Batalha
Eu não sabia ao certo como é que tudo isto se iria processar. Aliás, isto nem era suposto processar-se, verdade seja dita. Esta ideia ocorreu-me há relativamente pouco tempo. A Kasdeva estava pensada para uns níveis mais à frente, mas eu comecei a pensar “bom, se guardo os dragões todos para o final, vai ser um bocado aborrecido... chegamos a nível 18 e passamos as sessões todas a matar dragões...” Mas então, como é que se caça um dragão de CR16-18 com um grupo de nível 11? E como é que se resolve a questão da “progenia de Tiamat”?
Kasdeva tinha uma natureza semi-demoníaca, fruto de um pacto com o demon overlord que há vários milénios planeava a sua libertação da prisão que era o Avô-Árvore. O seu objectivo era usar o Pacto para obter uma força que lhe permitisse derrubar as forças de Turlang e assim libertar o demónio, tornando-se uma leal serva deste, e acumulando ainda mais poder – ficando provavelmente como “dona” da High Forest. Estes eram os seus planos.
Enfim, mas a bem da “saúde” de uma campanha, eu nunca iria dizer simplesmente “bom, de um dia para o outro apareceu um dragão muita poderoso que conquistou o pessoal todo da High Forest, e matou aquilo tudo”. Os jogadores têm sempre que ter uma palavra a dizer. E assim comecei à procura de uma forma de resolver uma “mass battle” em defesa do Avô-Árvore, em simultâneo com uma caça à Kasdeva. Sim, Kasdeva tinha que cair aqui. Este era um momento importante da Campanha. Era preciso matar o dragão verde.
Pensei numa forma simples de resolver a batalha dos exércitos. Não queria passar horas a rolar dados e a aplicar modifiers, e percentagens e sei lá o quê mais. Isso seria aborrecido. Então desenvolvi um sistema simples, e equilibrado. Existe o mesmo número de exércitos do lado dos bons e do lado dos maus. Têm exactamente os mesmos modifiers (+10, +8, +6, +4), e a única coisa que vai fazer variar esta balança é a “simulação táctica”. Pareceu-me ser um desafio muito interessante, e daquelas coisas raras – e difíceis de conseguir – onde é possível desfiar ao mesmo tempo os jogadores, e as personagens. O knowledge dragons da Sionna e do Lithlandis tinham um papel crucial para a estratégia, e o conhecimento próprio dos jogadores em relação a cada “tribo” e à sua constituição, pontos fortes, fracos, etc., seria o contrapeso na balança.
Tudo isto dava um desafio equilibrado, e ao mesmo tempo mantinha “o espírito de D&D” de deixar os dados funcionar como “forças do Destino”.
Infelizmente, quis o Destino que a sorte (?) estivesse do lado do DM. Pode-se dizer que foi por uma unha negra. Da mesma forma que, se 2 dos 3 PC ficassem knocked-out eu acabava a batalha com a derrota da High Forest, caso a Kasdeva tombasse antes do Avô-Árvore levar o dano máximo, a batalha terminava com a vitória das forças da High Forest. Foi por um turno. A Kasdeva morreu exactamente um turno depois do Avô-Árvore ser destruído.
»» Pelo Melhor:
Eu diria que o resultado, apesar de inesperado, acabou por ser o mais interessante de tudo. A Campanha levou um abanão considerável. Eu sabia que o resultado mais provável era a vitória da High Forest. Já tinha visto com que facilidade o David e a Sandra rolavam knowledge dragons, e só se o pessoal fosse muito burro (“bora colocar os treants contra os red dragons”) é que haveria uma catástrofe em termos dos modifiers da batalha.
Sabia que o segundo resultado mais provável passava por a Kasdeva matar ou neutralizar grande parte do grupo. Bastava um falhanço num save vs breath, ou um full attack com um critical pelo meio, e qualquer uma das personagens ficava com os HP muito próximos de zero (no caso do Jack, inclusive abaixo disso). Se este cenário acontecesse, eu estava preparado para fazer um reset à Campanha. Vocês eram capturados, o Pacto era terminado, e a Campanha continuava cerca de 100 anos depois, com o Lithlandis agrilhoado como uma espécie de troféu dos dragões, os dois humanos transformados em estátuas de pedra a adornar o palácio dos Morueme, e com a drow aprisionada de uma forma que não posso revelar, por questões de “spoiler”. Seria uma reviravolta tremenda na Campanha, e que levaria o grupo a trabalhar “de trás para a frente”. Não deixava de ser interessante, se bem que mandava todo o trabalho que fiz com o planeamento da Campanha para o lixo. Mas estava disposto a tal.
O cenário que acabou por acontecer, era o que me parecia menos provável, mas alas!, a Lei de Murphy é infalível. Era o único com o qual eu não tinha perdido muito tempo a pensar nas consequências, e assim vai-me dar algum trabalho em pensar no “dia depois de amanhã”. Uma coisa é certa: trouxe um fôlego novo à Campanha, e vai-nos obrigar a parar e repensar prioridades.
Se pararmos para pensar nesta nova realidade, é exactamente aquilo que o Jack queria. Ele não anda há uma data de tempo a dizer que era preciso encontrar uma força suficientemente poderosa para fazer frente aos anões? Bom... aí está ela! ;)
E percebem agora porque razão eu disse que, nas suas boas intenções, quando o David decidiu retirar os elfos dos Silver Marches e mandá-los para a High Forest, lhes tinha assinado a sentença de morte? Era-lhe obviamente impossível prever o que iria acontecer, mas eu já sabia que os pobres refugiados, a dada altura iam cruzar caminho com “uns quantos tipos de várias cores”. Foi literalmente um “saltar da frigideira, para o meio da fogueira”.
»» O Momento da Sessão:
O Avô-Árvore tomba. Ok... e agora? Era preciso que isto tivesse um significado sério. Algo do estilo “ground-breaking”. Tal como foi referido, custa bastante “descartar” assim tantos NPC importantes e que foram construídos ao longo de tantas sessões. É triste ver o Turlang morrer, ver o Asteraceae morrer, ver o próprio Hulrune morrer, e até mesmo o Sernius, uma personagem nova, mas para a qual eu tinha muitos planos para o fazer crescer. Mas outro resultado não seria aceitável. Dizer que as forças da High Forest perdiam, mas “os NPC importantes escapavam todos” seria muito falso. E uma coisa é certa, se custa a todos ver estas “personagens de papel” morrer, é porque de facto o objectivo principal da Campanha foi cumprido: ela tornou-se real... demasiado real.
A primeira Campanha foi muito boa. A segunda superou as expectativas. Mas esta, que ainda vai a meio, acho que já bateu todos os níveis que havia para alcançar.
»» Pelo Pior:
Ter o grupo separado. Passem os anos que passarem, esta espinha vai-me ficar sempre atravessada na goela. Haja os argumentos que houver, esta pedra vai ficar sempre no sapato. Este era um momento-chave na Campanha. Este era um momento de “tudo ou nada”. Este era o momento de ter o grupo mais forte e coeso do que nunca. E foi precisamente neste momento que o grupo se dividiu.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAGHHHH!!!!
Eu tinha pensado numa saída para dar a volta a isto: enquanto o grupo estava a ser curado na Torre dos Harpers, a Karelya conseguia escapar até à orla da floresta, mandava uma mensagem ao Sid, e dava tempo ao grupo de ir a correr salvá-la, perdendo apenas duas ou três horas para chegar ao Avô-Árvore. Mas o desgraçado do Gengibre recebe a mensagem, não diz nada a ninguém, e sai porta fora. E eu fico: “fuck, já me lixaram o esquema...”
Bom, não há volta a dar... o grupo separa-se mesmo...
Não vale a pena estar a bater na mesma tecla, até porque já falei várias vezes de todos os “contras” que resultam disto. De futuro, vamos ter mais cuidado.
»» Lições e Considerações:
Lições?
Humm...
Um rei lendário entre os anões morreu.
Sundabar jaz num monte de ruínas.
Os exércitos dos anões estão espalhados e divididos entre várias tarefas.
Silverymoon e Everlund têm as suas forças reduzidas a metade.
O Pacto dos Silver Marches foi destruído e a Legião Argêntea dissolvida.
Os Eyes of Moradin foram dizimados, e o importante juiz Näsica morto (spoiler!).
Um dos campeões de Corellon foi corrompido, enquanto o outro teve que sacrificar a vida para permitir que os seus protegidos fugissem.
O ancestral Avô-Árvore, o mais importante bastião da Natureza em todo o Faerûn, foi reduzido a cinzas.
Turlang, Asteraceae, Cytogenastaer e todos os treants seculares que representavam “o coração” da High Forest, estão mortos.
Reitheillaethor, o último reduto dos descendentes do original império élfico de Aryvandaar, foi exterminado.
As forças de Lothen dos Picos de Prata foram reduzidas a uma pálida expressão. Sem os Príncipes da cidade, e sem o couatl, pouco resta dos moon elves.
A tribo Uthgardt “Tree Ghost” foi extinta.
Os escassos druidas sobreviventes, sofreram na pele, com a perda das suas faculdades, as consequências da morte do Avô-Árvore...
...
E tudo isto sem que Olothontor tivesse necessidade de sair uma única vez da sua caverna para manchar as mãos... Se isto não faz dele “O” vilão, então não sei o que mais é preciso...
»» Nota da Sessão: 16/17
Algo que me dá alguma pena: tinha planeado para o final da sessão organizar um “Concílio dos Treants”, onde Turlang chamava Lithlandis e Sionna para participar numa reunião com Hulrune (Alex) e o Couatl (Gengibre) para determinar de que forma é que seria possível organizar as forças da High Forest de forma a protegê-la melhor no futuro. A floresta era composta por várias comunidades, que não comunicavam entre si, e isso era uma fraqueza, como aliás revelava a dificuldade em coordenar as forças para travar a progenia de Tiamat.
Ficará para a História como “o Concílio que nunca chegou a ocorrer”...
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
"Sessões: Fevereiro 2009"
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
"Sessão 10 - A.F.A.D.S."
“Olá, o meu nome é Jack, e gostava de vos dar as boas-vindas a mais uma reunião da A.F.A.D.S. – Associação dos Filhos Anónimos Duma Sucubus.”
:)
Yup... o “Cidadão-Honorário dos Silver Marches” não só é um ghoul, como é filho de uma succubus! Por esta o Alex não estava à espera. Mwahaha.
Tive que “abrir o jogo” e introduzir este elemento na discussão, pois a esta altura do campeonato já era mais do que evidente que o grupo, com o ritmo a que a campanha corre neste momento, nunca mais iria em busca daquilo que revelaria as origens do Jack. Seria um pouco “triste” chegar até nível 20 sem se descobrir um bocadinho do seu passado, e portanto, coincidindo com esta “súbita travestização” do Jack em spellthief, até acabou por cimentar a história.
Claro que ver a cara de TERROR do Jack, à medida que a Alustriel revelava a verdade, é algo sem preço!
» O Melhor da Sessão:
Tudo o que correu extremamente mal na sessão anterior, correu extremamente bem nesta sessão. Vá lá, safa-se o “cerne” da história, algo que já me preocupava um bocado. Desta feita, foi possível “sentir” realmente “as paredes de Khundrukar”, bem como a sua História, e o seu imponente rei. Firenostril, afinal, e apesar de tudo, conseguiu surgir como algo digno da lenda a que foi votado (em minha opinião), e tal como prometido, o Jack lá conseguiu encontrar as respostas de que necessitava para salvar a sua bem amada cidade (leia-se: a sua bem amada taberna, com empregadas hentai, porque ele está-se a marimbar para a cidade...).
Toda esta saga terminou de forma bastante satisfatória, com um “Conselho dos Três Reis” a correr muito bem, e a “encerrar” (será?) este primeiro capítulo. Temos a promessa de um “rei unificador”, e o objectivo de recuperar as duas “fortalezas tombadas” (Sundabar e Khundrukar).
Originalmente, quando o enredo desta terceira campanha se começou a desenhar, eu tinha pensado em ser o espírito do Firenostril a revelar-vos os contornos d’O Pacto de Tiamat. Afinal, ele tinha passado pelo mesmo. Mas quando a Sandra quis ligar a Sionna ao Silver Dragon, eu achei que era uma oportunidade interessante para ser ele próprio, Silverwing, a revelar o Pacto. Até ficava melhor, uma vez que ele é um dragão. Infelizmente, num momento inicial a coisa aconteceu de uma forma algo atabalhoada. Por outro lado, consegui alterar algumas coisas de forma a revelar já o que é o Pacto (toda esta história do “Crepúsculo” era suposto ser descoberta no Draconomicon), tendo conseguido esperar por resolver a questão dos anões, e assim colocar o tema na “agenda do dia”.
» O Pior da Sessão:
Rolar que nem uma besta! Até o DM gosta de sacar uns criticals, de quando em vez. E verdade seja dita, quando o DM escolhe uns bichos para darem porrada nos PC, está à espera de lhes fazer uns quantos estragos. Mas porque raio é que eu tenho que rolar seis vezes seguidas acima de 16 quando estou a controlar dois dragões verdes, e à minha frente tenho um bêbedo, um coxo e um pobre coitado, com uma pena gigante, com cara de alvo??? Para piorar as coisas, todos eles com uma série de dano de “vile damage” que não podia ser curado! Eeeek! Este jogo foi feito para atormentar os DM bonzinhos. Sim, eu sou um DM bonzinho ao contrário do que os meus jogadores dizem! Mas vá lá, a coisa até correu menos mal, eles levaram uns socos, mas sobreviveram. Notem que o Jack é o novo Lithlandis, pois passa metade das sessões K.O.
» O Momento da Sessão:
Sidgahrd estava no Paraíso! Um lote interminável de garrafas de rum de Wyvernrage! Não demorou muito a cair podre de bêbedo. Aos saltinhos pelo riacho subterrâneo, acabou por cair pela cascata. Lá em baixo, estavam dois dragões verdes. Embriagado, Sid começa a insultá-los, e a atirar-lhes pedras.
Este ficará doravante conhecido como “O Momento Captain Jack Sparrow” da campanha. Por vezes eu penso que existe mesmo uma deusa Mystra da fantasia, que proporciona estes momentos deliciosos ao DM. E o mais lindo de tudo, é que MAIS UMA VEZ, ninguém pode apontar culpas ao DM!!!!
Ponto 1. O Sid é que tem um background de se embebedar.
Ponto 2. O Sid é que rolou um fumble no climb check (muito na onda do seu “irmão espiritual”, Nardastinus) e estatelou-se pela cascata abaixo.
Ponto 3. O Gengibre é que disse: “Eu fico lá em baixo a refilar aos berros, a atirar pedras, e a dizer que vou matar toda a gente!”
E o DM, deliciado, a pensar “estão dois dragões verdes lá em baixo...”. Isto é bom demais para ser verdade. I LOVE THIS GAME.
» Nota da Sessão: 14/15
Não lhe vou dar mais porque, em meu entender “faltou-lhe qualquer coisa”. Creio que foi uma sessão mais de “arrumar a casa”. Resolver alguns problemas, obter algumas respostas e por aí fora. O combate não foi nada de extraordinário – os bichos também não tinham muitas opções para variações – mas cumpriu os requisitos, e toda a “cena” que o envolveu deu-lhe um sabor giro.
» Lições e Considerações:
Ao fim de dez sessões, só agora é que a campanha vai começar! E notem o quão grande esta campanha está a ser: a primeira resolveu-se em doze sessões.
Neste momento, os jogadores ficaram com uma panóplia bastante interessante de opções.
SIM, se vocês não acorrerem à Grande Floresta, o Avô Árvore é destruído.
SIM, se vocês não forem atrás do Näsica, coisas más vão-lhe acontecer (e também à namorada do Sid).
SIM, se vocês não forem até aos glaciares, vai sair de lá alguma coisa feia.
SIM, se vocês não seguirem as pistas da succubus, o Jack nunca vai descobrir o que realmente aconteceu à Mãe.
SIM, se vocês não seguirem para Sul, Scornubel vai sofrer uma ligeira remodelação (tadinhas das criancinhas do moinho...).
SIM, se vocês não encontrarem o Draconomicon, o Olothontor ganha.
NÃO, eu não estou a exagerar.
Uma coisa é certa... não podem dizer que o vosso DM não vos dá uma série de opções giras! ;)
“O mal de muita gente, é ter demasiadas opções!” – terá dito um qualquer tirano algures em Faerûn.
“Com grande poder, vem grande responsabilidade!” – terá dito o Uncle Ben.
Seja qual for a decisão que os jogadores tomarem, esta vai ter consequências. Uma coisa é certa: é uma situação “lose-lose” para os jogadores. Qualquer escolha implica uma perda.
:)
Yup... o “Cidadão-Honorário dos Silver Marches” não só é um ghoul, como é filho de uma succubus! Por esta o Alex não estava à espera. Mwahaha.
Tive que “abrir o jogo” e introduzir este elemento na discussão, pois a esta altura do campeonato já era mais do que evidente que o grupo, com o ritmo a que a campanha corre neste momento, nunca mais iria em busca daquilo que revelaria as origens do Jack. Seria um pouco “triste” chegar até nível 20 sem se descobrir um bocadinho do seu passado, e portanto, coincidindo com esta “súbita travestização” do Jack em spellthief, até acabou por cimentar a história.
Claro que ver a cara de TERROR do Jack, à medida que a Alustriel revelava a verdade, é algo sem preço!
» O Melhor da Sessão:
Tudo o que correu extremamente mal na sessão anterior, correu extremamente bem nesta sessão. Vá lá, safa-se o “cerne” da história, algo que já me preocupava um bocado. Desta feita, foi possível “sentir” realmente “as paredes de Khundrukar”, bem como a sua História, e o seu imponente rei. Firenostril, afinal, e apesar de tudo, conseguiu surgir como algo digno da lenda a que foi votado (em minha opinião), e tal como prometido, o Jack lá conseguiu encontrar as respostas de que necessitava para salvar a sua bem amada cidade (leia-se: a sua bem amada taberna, com empregadas hentai, porque ele está-se a marimbar para a cidade...).
Toda esta saga terminou de forma bastante satisfatória, com um “Conselho dos Três Reis” a correr muito bem, e a “encerrar” (será?) este primeiro capítulo. Temos a promessa de um “rei unificador”, e o objectivo de recuperar as duas “fortalezas tombadas” (Sundabar e Khundrukar).
Originalmente, quando o enredo desta terceira campanha se começou a desenhar, eu tinha pensado em ser o espírito do Firenostril a revelar-vos os contornos d’O Pacto de Tiamat. Afinal, ele tinha passado pelo mesmo. Mas quando a Sandra quis ligar a Sionna ao Silver Dragon, eu achei que era uma oportunidade interessante para ser ele próprio, Silverwing, a revelar o Pacto. Até ficava melhor, uma vez que ele é um dragão. Infelizmente, num momento inicial a coisa aconteceu de uma forma algo atabalhoada. Por outro lado, consegui alterar algumas coisas de forma a revelar já o que é o Pacto (toda esta história do “Crepúsculo” era suposto ser descoberta no Draconomicon), tendo conseguido esperar por resolver a questão dos anões, e assim colocar o tema na “agenda do dia”.
» O Pior da Sessão:
Rolar que nem uma besta! Até o DM gosta de sacar uns criticals, de quando em vez. E verdade seja dita, quando o DM escolhe uns bichos para darem porrada nos PC, está à espera de lhes fazer uns quantos estragos. Mas porque raio é que eu tenho que rolar seis vezes seguidas acima de 16 quando estou a controlar dois dragões verdes, e à minha frente tenho um bêbedo, um coxo e um pobre coitado, com uma pena gigante, com cara de alvo??? Para piorar as coisas, todos eles com uma série de dano de “vile damage” que não podia ser curado! Eeeek! Este jogo foi feito para atormentar os DM bonzinhos. Sim, eu sou um DM bonzinho ao contrário do que os meus jogadores dizem! Mas vá lá, a coisa até correu menos mal, eles levaram uns socos, mas sobreviveram. Notem que o Jack é o novo Lithlandis, pois passa metade das sessões K.O.
» O Momento da Sessão:
Sidgahrd estava no Paraíso! Um lote interminável de garrafas de rum de Wyvernrage! Não demorou muito a cair podre de bêbedo. Aos saltinhos pelo riacho subterrâneo, acabou por cair pela cascata. Lá em baixo, estavam dois dragões verdes. Embriagado, Sid começa a insultá-los, e a atirar-lhes pedras.
Este ficará doravante conhecido como “O Momento Captain Jack Sparrow” da campanha. Por vezes eu penso que existe mesmo uma deusa Mystra da fantasia, que proporciona estes momentos deliciosos ao DM. E o mais lindo de tudo, é que MAIS UMA VEZ, ninguém pode apontar culpas ao DM!!!!
Ponto 1. O Sid é que tem um background de se embebedar.
Ponto 2. O Sid é que rolou um fumble no climb check (muito na onda do seu “irmão espiritual”, Nardastinus) e estatelou-se pela cascata abaixo.
Ponto 3. O Gengibre é que disse: “Eu fico lá em baixo a refilar aos berros, a atirar pedras, e a dizer que vou matar toda a gente!”
E o DM, deliciado, a pensar “estão dois dragões verdes lá em baixo...”. Isto é bom demais para ser verdade. I LOVE THIS GAME.
» Nota da Sessão: 14/15
Não lhe vou dar mais porque, em meu entender “faltou-lhe qualquer coisa”. Creio que foi uma sessão mais de “arrumar a casa”. Resolver alguns problemas, obter algumas respostas e por aí fora. O combate não foi nada de extraordinário – os bichos também não tinham muitas opções para variações – mas cumpriu os requisitos, e toda a “cena” que o envolveu deu-lhe um sabor giro.
» Lições e Considerações:
Ao fim de dez sessões, só agora é que a campanha vai começar! E notem o quão grande esta campanha está a ser: a primeira resolveu-se em doze sessões.
Neste momento, os jogadores ficaram com uma panóplia bastante interessante de opções.
SIM, se vocês não acorrerem à Grande Floresta, o Avô Árvore é destruído.
SIM, se vocês não forem atrás do Näsica, coisas más vão-lhe acontecer (e também à namorada do Sid).
SIM, se vocês não forem até aos glaciares, vai sair de lá alguma coisa feia.
SIM, se vocês não seguirem as pistas da succubus, o Jack nunca vai descobrir o que realmente aconteceu à Mãe.
SIM, se vocês não seguirem para Sul, Scornubel vai sofrer uma ligeira remodelação (tadinhas das criancinhas do moinho...).
SIM, se vocês não encontrarem o Draconomicon, o Olothontor ganha.
NÃO, eu não estou a exagerar.
Uma coisa é certa... não podem dizer que o vosso DM não vos dá uma série de opções giras! ;)
“O mal de muita gente, é ter demasiadas opções!” – terá dito um qualquer tirano algures em Faerûn.
“Com grande poder, vem grande responsabilidade!” – terá dito o Uncle Ben.
Seja qual for a decisão que os jogadores tomarem, esta vai ter consequências. Uma coisa é certa: é uma situação “lose-lose” para os jogadores. Qualquer escolha implica uma perda.
A pergunta é: o que estão vocês dispostos a sacrificar...?
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
"Lithlandis Stormcrow"
“Eu vou trocar de personagem.”
“Não, não vais!”
“Man... claro que vou, não tou a curtir a personagem...”
“Cala-te! Não sejas parvo! Já te disse que não vais trocar de personagem!”
“Epá... I find him... lacking!
“Eu sou o DM e digo-te que não vais trocar de personagem! Agora cala a boca!”
Os primeiros momentos de Lithlandis Stormcrow foram vividos mais ou menos desta forma. O Troll tem a mania de querer jogar 7 personagens ao mesmo tempo, para depois chegar ao fim com a conclusão de que não gosta de nenhuma. Foi quase preciso ser um DM autoritário para evitar que o Lithlandis fosse descartado, após o qual se teriam seguido provavelmente nove personagens diferentes até ao momento. Felizmente, do alto do seu “carisma-sub-goblin”, o licantropo mais famoso do Norte acabou por resistir às intempéries do seu jogador (vulgo Troll). Em média, a cada duas sessões que passam fica “a dois ou três pontos de morrer”, e chegou mesmo a percorrer “aquele túnel em direcção à luz” durante uma vez, mas pela graça de Corellon foi ressuscitado.
Lithlandis é uma personagem trágica e atormentada. Lithlandis é uma personagem que o DM gosta de atormentar. Esta é a razão pela qual ele é tão importante. Acidentalmente, toda a génese do enredo central da campanha foi despoletada pelo Lithlandis. Na primeira sessão, o Troll ainda não sabia qual o favored enemy que ia escolher. Então, sempre disposto a ajudar os jogadores, eu dei-lhe uma ajudinha! E assim nasceu o ódio duradouro entre um elfo selvagem e um dragão azul.
Eu nem tinha grandes planos para o dragão azul quando pensei na sequência de abertura. Aliás, devo dizer que esta sequência tinha sido pensada uns 4 ou 5 anos antes, mas como na altura não foi possível estabelecer um grupo de role-play, ficou perdida no tempo, rabiscada algures num bloco de notas. Em boa hora me lembrei de a recuperar em Janeiro de 2007.
Voltemos à personagem trágica: caçar um blue wyrm, lawful evil, não pode ser algo como pegar numa espada e partir à aventura. O caminho tem que ser difícil, penoso, tortuoso. É por isso que me dá tanto prazer levar o Lithlandis ao extremo. Massacrá-lo, fazê-lo sentir o sabor da derrota, da tristeza, do desespero absoluto. Obrigá-lo a ser como uma Fénix. Matá-lo vezes sem conta, para o obrigar a renascer das cinzas, regenerado, mais cínico, mais frio.
Barbarian1/Ranger 9 /Dragonstalker1
STR 15 (19 com belt of giant’s strength)
DEX 18 (20 com gloves of dexterity)
CON 12
INT 12
WIS 14
CHA 7
HP 84
AC: 24 (10+5 armor bonus +5 dex modifier +1 Two weapon Defense +2 natural armor +1 Ring of Protection)
Saves: Fort9/Reflex15/Will9
Attack:
Melee: Longswordx2 1d8+6 Shortswordx2 1d6+2d4+3
Ranged: Longbowx2 1d8+1
Dodge; Snow tiger charge; Two Weapon Defense; Blind fighting; Aura of Courage; Hunting Bonus;
Animal Companion: Fang (Dire Wolf)
[Str26, Dex16, Con17, Int2, Wis12, Cha10; HP:66; AC: 17; Damage: Bite 1d8+11]
MAETHORIR - Longsword +2 of Dragonbane & Shortsword +2
Mithral Chainshirt +1
Belt of Giant’s Strength +4
Cloak of Resistance +2
The Ring of Berronar Truesilver
Ring of Protection +1
The Healing Amulet of Amophis
Longbow +1
Draco Divinus Libris Regius.
Chegue Lithlandis ao nível que chegar, nada será alguma vez tão famoso como os seus incontornáveis SETE de carisma! Já perdi a conta às vezes que foram feitas referências ao “exemplar carisma do elfo”. Ter um carisma que rivaliza com um goblin não é para qualquer um. Eu por vezes gostava que o Troll fosse mais fiel a este carisma. Se eu tivesse a apontar-lhe uma falha enquanto jogador, seria essa. Quando o Lithlandis transparece o seu baixíssimo carisma, o resultado é bonito. O que é menos bonito é quando é “conveniente” o Lithlandis esquecer essa lacuna na personagem, e subitamente começa a falar com uma voz muito calma, honrada e respeitosa como se fosse um paladino. Entendo que seja tentador para um jogador querer “bajular” alguma personagem importante, e tratar o grande clérigo, ou o grande paladino, com toda a reverência, mas isso é algo que uma personagem com carisma sete nunca faria. Não digo que ele se virasse para o Conselheiro da Cidade e lhe dissesse: “Sai da frente, minha besta!”; mas também me parece desenquadrado, por vezes, o tratamento excepcionalmente “flamboyant” que o Lithlandis assume face a “pessoal mais reverenciado”. Fica-me sempre um bocadinho atravessado na garganta ouvir algo como: “Sou um mero e humilde servidor de Corellon/da causa élfica/etc.”. Eeek! Ele é um elfo *selvagem*, que começou por ser um bárbaro, e que decidiu continuar como alguém que “não gosta da civilização dos homens”. Não quero com isto dizer que estou a apontar o dedo e a dizer: “Estás a fazer a coisa mal!”. Nada disso. Cada pessoa é que sabe como pretende interpretar a sua personagem. Mas para mim, causa-me sempre um sentimento grande de estranheza quando vejo o Lithlandis em modo “falinhas mansas/coração de manteiga”.
I feel like slapping him with a trout, or with a blue wyrmling, for what it’s worth”...
Algo que me parece que tem funcionado de forma extraordinária no grupo é o facto de o Lithlandis e o Sidgahrd serem tão opostos. As visões deles são quase sempre a antítese uma da outra. Eles não gostam um do outro, mas respeitam a “máquina de guerra” que formam quando lutam lado-a-lado.
Passados dez níveis, eu achava que começava a fazer falta uma nova motivação para a personagem. Simplesmente “querer vingar a morte da irmã” já não me parecia suficiente. Era preciso fazê-lo odiar ainda mais o Olothontor e os seus aliados. Tê-lo apanhado nas mãos do inimigo foi uma oportunidade de ouro. Deixá-lo à mercê de Qamara foi precioso. Torturá-lo... Fazê-lo sangrar. Obrigá-lo a bater tão desesperadamente no fundo como o David nunca esperou.
Uma parte genialmente única na personalidade da personagem é a frustração constante em que vive – uma vez mais, acidentalmente –no que toca a relacionamentos e ideologias. Tudo o que ele faz com a melhor das intenções, acaba por resultar em desgraça. Seja o falhar no control shape a meio de uma batalha; aliar-se ao exército que o coloca no lado oposto ao homem que o treinou; tentar proteger a companheira drow da xenofobia, apenas para ser olhado com desdém por esta; tentar aproximar-se da sua raça nas alturas mais erradas possíveis – e através das personagens mais erradas!; oferecer o medalhão de Corellon à pobre criança élfica, que sem ele saber tem descendência de demónios; tentar ajudar à sobrevivência de uma nação élfica, e com isso transformá-la numa geração de licantropos selvagens – e por fim, *spoiler alert*, mesmo “out of character”, quando tenta dar uma hipótese de sobrevivência aos exilados elfos, acaba por os enviar ao encontro da morte certa, sem ter a mais pequena ideia disso!
Nem Shakespeare conseguiu moldar uma personagem tão trágica como o pobre Lithlandis.
Mas chega de falar bem da personagem! Vejamos os impropérios que os restantes colegas lhe dedicam:
“Lithlandis é brusco, facilmente irritável e efusivo, passando mesmo por louco às vezes... Sinto que tenho de o proteger para que não tenha o mesmo fim que a sua irmã...” – Sionna Laae
"Conflituoso, barulhento e resmungão, mas a melhor companhia possível em situação de batalha. Quando aprender a controlar a sua irascibilidade, será um adversário ainda mais temível." – Jack
“Depois das várias batalhas ao seu lado, não me espantaria nada que no futuro, Lithlandis, passasse a ser uma palavra ou uma expressão, cujo significado estaria entre as linhas de caça e morte de um dragão.” – Sidgahrd
“Se eu fosse Chaotic Evil, esta seria de longe a personagem que mais prazer me daria atormentar... Bom, eu não sou Chaotic Evil, mas continua-me a dar um prazer imenso atormentá-lo!!!!!!” – O Fantabulástico Psy
O ponto mais forte do David como jogador de D&D passa pelas ideias extraordinárias que ele tem para a história. É um facto consagrado. Ele gosta muito de pensar a história, as relações, os sentimentos, e tornar a experiência da personagem em algo altamente “real”. A ideia de cegá-lo foi minha. A ideia de lhe colocar um olho mágico foi dele. Ter caído nas garras da Qamara foi o melhor que poderia ter acontecido à personagem. Ganhou um fôlego considerável. Já o consigo visualizar, daqui a muitos séculos, um general élfico, amargurado, pouco dado a conversas, a enfrentar a morte olhos-nos-olhos, em busca da única coisa que lhe dará razão de existir: uma morte no campo de batalha.
Neste momento, surge finalmente o verdadeiro Lithlandis. Já lutou incontáveis batalhas. Já sentiu incontáveis derrotas. Já comeu o pão que o Psy—uups, o diabo amassou. Já bateu no fundo...
E agora...?
It’s payback time...
“Não, não vais!”
“Man... claro que vou, não tou a curtir a personagem...”
“Cala-te! Não sejas parvo! Já te disse que não vais trocar de personagem!”
“Epá... I find him... lacking!
“Eu sou o DM e digo-te que não vais trocar de personagem! Agora cala a boca!”
Os primeiros momentos de Lithlandis Stormcrow foram vividos mais ou menos desta forma. O Troll tem a mania de querer jogar 7 personagens ao mesmo tempo, para depois chegar ao fim com a conclusão de que não gosta de nenhuma. Foi quase preciso ser um DM autoritário para evitar que o Lithlandis fosse descartado, após o qual se teriam seguido provavelmente nove personagens diferentes até ao momento. Felizmente, do alto do seu “carisma-sub-goblin”, o licantropo mais famoso do Norte acabou por resistir às intempéries do seu jogador (vulgo Troll). Em média, a cada duas sessões que passam fica “a dois ou três pontos de morrer”, e chegou mesmo a percorrer “aquele túnel em direcção à luz” durante uma vez, mas pela graça de Corellon foi ressuscitado.
Lithlandis é uma personagem trágica e atormentada. Lithlandis é uma personagem que o DM gosta de atormentar. Esta é a razão pela qual ele é tão importante. Acidentalmente, toda a génese do enredo central da campanha foi despoletada pelo Lithlandis. Na primeira sessão, o Troll ainda não sabia qual o favored enemy que ia escolher. Então, sempre disposto a ajudar os jogadores, eu dei-lhe uma ajudinha! E assim nasceu o ódio duradouro entre um elfo selvagem e um dragão azul.
Eu nem tinha grandes planos para o dragão azul quando pensei na sequência de abertura. Aliás, devo dizer que esta sequência tinha sido pensada uns 4 ou 5 anos antes, mas como na altura não foi possível estabelecer um grupo de role-play, ficou perdida no tempo, rabiscada algures num bloco de notas. Em boa hora me lembrei de a recuperar em Janeiro de 2007.
Voltemos à personagem trágica: caçar um blue wyrm, lawful evil, não pode ser algo como pegar numa espada e partir à aventura. O caminho tem que ser difícil, penoso, tortuoso. É por isso que me dá tanto prazer levar o Lithlandis ao extremo. Massacrá-lo, fazê-lo sentir o sabor da derrota, da tristeza, do desespero absoluto. Obrigá-lo a ser como uma Fénix. Matá-lo vezes sem conta, para o obrigar a renascer das cinzas, regenerado, mais cínico, mais frio.
Barbarian1/Ranger 9 /Dragonstalker1
STR 15 (19 com belt of giant’s strength)
DEX 18 (20 com gloves of dexterity)
CON 12
INT 12
WIS 14
CHA 7
HP 84
AC: 24 (10+5 armor bonus +5 dex modifier +1 Two weapon Defense +2 natural armor +1 Ring of Protection)
Saves: Fort9/Reflex15/Will9
Attack:
Melee: Longswordx2 1d8+6 Shortswordx2 1d6+2d4+3
Ranged: Longbowx2 1d8+1
Dodge; Snow tiger charge; Two Weapon Defense; Blind fighting; Aura of Courage; Hunting Bonus;
Animal Companion: Fang (Dire Wolf)
[Str26, Dex16, Con17, Int2, Wis12, Cha10; HP:66; AC: 17; Damage: Bite 1d8+11]
MAETHORIR - Longsword +2 of Dragonbane & Shortsword +2
Mithral Chainshirt +1
Belt of Giant’s Strength +4
Cloak of Resistance +2
The Ring of Berronar Truesilver
Ring of Protection +1
The Healing Amulet of Amophis
Longbow +1
Draco Divinus Libris Regius.
Chegue Lithlandis ao nível que chegar, nada será alguma vez tão famoso como os seus incontornáveis SETE de carisma! Já perdi a conta às vezes que foram feitas referências ao “exemplar carisma do elfo”. Ter um carisma que rivaliza com um goblin não é para qualquer um. Eu por vezes gostava que o Troll fosse mais fiel a este carisma. Se eu tivesse a apontar-lhe uma falha enquanto jogador, seria essa. Quando o Lithlandis transparece o seu baixíssimo carisma, o resultado é bonito. O que é menos bonito é quando é “conveniente” o Lithlandis esquecer essa lacuna na personagem, e subitamente começa a falar com uma voz muito calma, honrada e respeitosa como se fosse um paladino. Entendo que seja tentador para um jogador querer “bajular” alguma personagem importante, e tratar o grande clérigo, ou o grande paladino, com toda a reverência, mas isso é algo que uma personagem com carisma sete nunca faria. Não digo que ele se virasse para o Conselheiro da Cidade e lhe dissesse: “Sai da frente, minha besta!”; mas também me parece desenquadrado, por vezes, o tratamento excepcionalmente “flamboyant” que o Lithlandis assume face a “pessoal mais reverenciado”. Fica-me sempre um bocadinho atravessado na garganta ouvir algo como: “Sou um mero e humilde servidor de Corellon/da causa élfica/etc.”. Eeek! Ele é um elfo *selvagem*, que começou por ser um bárbaro, e que decidiu continuar como alguém que “não gosta da civilização dos homens”. Não quero com isto dizer que estou a apontar o dedo e a dizer: “Estás a fazer a coisa mal!”. Nada disso. Cada pessoa é que sabe como pretende interpretar a sua personagem. Mas para mim, causa-me sempre um sentimento grande de estranheza quando vejo o Lithlandis em modo “falinhas mansas/coração de manteiga”.
I feel like slapping him with a trout, or with a blue wyrmling, for what it’s worth”...
Algo que me parece que tem funcionado de forma extraordinária no grupo é o facto de o Lithlandis e o Sidgahrd serem tão opostos. As visões deles são quase sempre a antítese uma da outra. Eles não gostam um do outro, mas respeitam a “máquina de guerra” que formam quando lutam lado-a-lado.
Passados dez níveis, eu achava que começava a fazer falta uma nova motivação para a personagem. Simplesmente “querer vingar a morte da irmã” já não me parecia suficiente. Era preciso fazê-lo odiar ainda mais o Olothontor e os seus aliados. Tê-lo apanhado nas mãos do inimigo foi uma oportunidade de ouro. Deixá-lo à mercê de Qamara foi precioso. Torturá-lo... Fazê-lo sangrar. Obrigá-lo a bater tão desesperadamente no fundo como o David nunca esperou.
Uma parte genialmente única na personalidade da personagem é a frustração constante em que vive – uma vez mais, acidentalmente –no que toca a relacionamentos e ideologias. Tudo o que ele faz com a melhor das intenções, acaba por resultar em desgraça. Seja o falhar no control shape a meio de uma batalha; aliar-se ao exército que o coloca no lado oposto ao homem que o treinou; tentar proteger a companheira drow da xenofobia, apenas para ser olhado com desdém por esta; tentar aproximar-se da sua raça nas alturas mais erradas possíveis – e através das personagens mais erradas!; oferecer o medalhão de Corellon à pobre criança élfica, que sem ele saber tem descendência de demónios; tentar ajudar à sobrevivência de uma nação élfica, e com isso transformá-la numa geração de licantropos selvagens – e por fim, *spoiler alert*, mesmo “out of character”, quando tenta dar uma hipótese de sobrevivência aos exilados elfos, acaba por os enviar ao encontro da morte certa, sem ter a mais pequena ideia disso!
Nem Shakespeare conseguiu moldar uma personagem tão trágica como o pobre Lithlandis.
Mas chega de falar bem da personagem! Vejamos os impropérios que os restantes colegas lhe dedicam:
“Lithlandis é brusco, facilmente irritável e efusivo, passando mesmo por louco às vezes... Sinto que tenho de o proteger para que não tenha o mesmo fim que a sua irmã...” – Sionna Laae
"Conflituoso, barulhento e resmungão, mas a melhor companhia possível em situação de batalha. Quando aprender a controlar a sua irascibilidade, será um adversário ainda mais temível." – Jack
“Depois das várias batalhas ao seu lado, não me espantaria nada que no futuro, Lithlandis, passasse a ser uma palavra ou uma expressão, cujo significado estaria entre as linhas de caça e morte de um dragão.” – Sidgahrd
“Se eu fosse Chaotic Evil, esta seria de longe a personagem que mais prazer me daria atormentar... Bom, eu não sou Chaotic Evil, mas continua-me a dar um prazer imenso atormentá-lo!!!!!!” – O Fantabulástico Psy
O ponto mais forte do David como jogador de D&D passa pelas ideias extraordinárias que ele tem para a história. É um facto consagrado. Ele gosta muito de pensar a história, as relações, os sentimentos, e tornar a experiência da personagem em algo altamente “real”. A ideia de cegá-lo foi minha. A ideia de lhe colocar um olho mágico foi dele. Ter caído nas garras da Qamara foi o melhor que poderia ter acontecido à personagem. Ganhou um fôlego considerável. Já o consigo visualizar, daqui a muitos séculos, um general élfico, amargurado, pouco dado a conversas, a enfrentar a morte olhos-nos-olhos, em busca da única coisa que lhe dará razão de existir: uma morte no campo de batalha.
Neste momento, surge finalmente o verdadeiro Lithlandis. Já lutou incontáveis batalhas. Já sentiu incontáveis derrotas. Já comeu o pão que o Psy—uups, o diabo amassou. Já bateu no fundo...
E agora...?
It’s payback time...
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
"Sessão 9: Jack, The Ghoul"
E foi por uma unha negra que Jack não passou de “Cidadão Honorário dos Silver Marches”, para “Jack, The Ghoul Lord”. Verdade seja dita, até ficava uma bela combinação: os ghouls são roxos, a pena é roxa!
» Nota da Sessão: 14/15
Há uma razão que me faz ter vontade de subir a nota para 16/17, e outra razão que me faz querer baixar a nota para 12/13.
» Pelo Melhor:
Os combates foram desafios exactamente “no ponto”. Não foram um passeio pelo parque, nem foram algo além das capacidades do grupo.
Comecemos pelo dragão. Eu tinha que arranjar uma maneira de deixar o David jogar. Nem ia fazer um jogador estar uma sessão inteira a olhar para o boneco, nem ia ter uma daquelas saídas perfeitamente idiotas do estilo: “Vocês entram na masmorra, e está tudo vazio, e encontram o Lithlandis lá a um cantinho.” Já tinha combinado com a Sandra, há umas semanas, que quando chegasse a altura certa seria revelada a razão de ela se conseguir subitamente transformar num silver dragon. Esta pareceu-me ser a altura certa. Bom, mas das duas uma: ou eu trazia o próprio Silverwing, e de repente o grupo era praticamente passado para segundo plano enquanto um dragão adulto varria tudo dentro da masmorra, ou, para ser algo mais ao nível da party, o Silverwing tinha que ser um jovenzinho, o que também não era uma solução plausível. Assim, apareceu o Ag’Agnis! E não o “Dragão Gagá”, com o caramelo do Alex o baptizou!!! Porra para o Alex que embirra com os meus NPC TODOS! Não há um único com quem ele não mande vir!
Em suma, acho que o timing para “as revelações” foi bom, para mais coincidindo com o timing perfeito para o Lithlandis fazer multiclass para Dragon Stalker.
Todos os combates resultaram bastante bem – em particular aquele momento de “estamos tão mortos”, quando pensaram que era a Qamara e a verdadeira Yeshelné que ali estavam! A parte engraçada: os “big badass demons” foram praticamente inofensivos, com a Qamara, o Vrock e os Bulezaus a falharem mais de 75% dos ataques, enquanto os cocós de nível 3 (ghouls, versão ghast) foram quem realmente colocou a fasquia no limiar “perigo”.
» O Momento da Sessão:
Jack está paralisado. Tem dois ghouls a morder-lhe, e a contagiá-lo com “ghoul fever”. Os três “Maurícios” aproximam-se dele e desatam a descarregar “chill touches” em cima dele. Não há nada que Jack possa fazer. Está com um “hold person”, e mesmo que fique com hp negativos, está para todos os efeitos “congelado em pé”, e os ghouls não vão parar enquanto ele não morrer. Jack chega a -12 hp. Basta perder 3 hp e transforma-se num ghoul dentro de algumas horas. Chega um dragão de prata e cura-o.
Spoil sport...
» Pelo Pior:
A chegada a Khundrukar era um dos momentos mais importantes da campanha – senão mesmo o mais importante. Há já algum tempo eu tinha anunciado que ia revelar o enredo da campanha com muita antecedência, em vez de guardar as revelações para o final. Infelizmente, ninguém tomou atenção rigorosamente nenhuma a tudo o que foi dito nesta sessão. Eu percebo que estivessem todos “on fire” para se vingarem da Qamara e libertar o Lithlandis, mas isso fez com que todas as peças do puzzle fossem relegadas para segundo plano, “matando” assim o possível impacte que a revelação do enredo pudesse ter. Agora, mais a frio, vou tentar enunciar todos os elementos importantes que foram dados durante a sessão:
- Existe algo chamado “O Pacto de Tiamat” que ninguém sabe ao certo o que é.
- Esse “Pacto” foi tentado pelos Morueme há cerca de um milénio, quando Tharkin matou Nahauglaroth.
- Neste momento, Olothontor está aliado a Kasdeva-Oryax e a um terceiro dragão, supostamente para realizar esse Pacto.
- Existem três locais de poder mágico que estão ligados ao “ritual”: Khundrukar, provavelmente alguma coisa nos desertos de gelo para lá das Montanhas da Coluna do Mundo, e um terceiro local onde “Olothontor terá andado há dois anos” (vá lá, esta até um ghoul chegava lá...).
- A única fonte que poderá desvendar o que é o “Pacto de Tiamat” é um livro chamado Draconomicon que se perdeu na queda de Netheril (a passagem do livro tem uma pista importante).
- Olothontor está a quatro meses de se tornar um Great Wyrm.
Juntando as peças do puzzle: vocês têm quatro meses de tempo real na história para descobrir o que é o Pacto de Tiamat, e impedir que Olothontor e os seus aliados o concretizem. Falta-vos apenas “a derradeira peça” que é saber ao certo o que é o Pacto. Para isso precisam do Draconomicon.
Qual é o “catch” no meio disto tudo? O Olothontor é neste momento um “Blue Wyrm” (CR 23). Como sabem, a campanha acaba a nível 20. Isto significa que, têm quatro meses para chegar a nível 20 e conseguir reunir poder suficiente para matar o Olothontor. Se ele completar o Pacto, ou se ascender a Great Wyrm (CR 25), ele ganha, vocês perdem.
É um enredo simples, mas que me parece interessante q.b. Não é “a invasão do army of darkness”, ou a “ressurreição do deus do mal”, ou “the usual Dragonlance stuff where the entire world is about to go boom!”. É uma corrida, e quem chegar primeiro à meta, ganha. :)
Como é óbvio, nem o Olothontor nem os seus amigos vão ficar quatro meses sentados à espera que vocês cheguem ao pé deles para os matar. “Expect some *minor* nuisances along the path...”
» Lições & Considerações:
1. High Level Play tem algumas complicações. Os combates, mesmo simples, ocupam mesmo muito tempo, e para o DM começa a ser algo “penoso” conseguir gerir tanta informação. As opções quase intermináveis de spells e innate abilities obrigam a ter as coisas muito bem preparadas, ou levam a que se cometa uma série de erros motivados pela distracção ou pela simples limitação da atenção que o cérebro humano consegue dispensar a várias coisas em simultâneo.
E isto ainda estamos a nível 10. Começo a recear um pouco o que vai sair daqui em diante.
» Nota da Sessão: 14/15
Há uma razão que me faz ter vontade de subir a nota para 16/17, e outra razão que me faz querer baixar a nota para 12/13.
» Pelo Melhor:
Os combates foram desafios exactamente “no ponto”. Não foram um passeio pelo parque, nem foram algo além das capacidades do grupo.
Comecemos pelo dragão. Eu tinha que arranjar uma maneira de deixar o David jogar. Nem ia fazer um jogador estar uma sessão inteira a olhar para o boneco, nem ia ter uma daquelas saídas perfeitamente idiotas do estilo: “Vocês entram na masmorra, e está tudo vazio, e encontram o Lithlandis lá a um cantinho.” Já tinha combinado com a Sandra, há umas semanas, que quando chegasse a altura certa seria revelada a razão de ela se conseguir subitamente transformar num silver dragon. Esta pareceu-me ser a altura certa. Bom, mas das duas uma: ou eu trazia o próprio Silverwing, e de repente o grupo era praticamente passado para segundo plano enquanto um dragão adulto varria tudo dentro da masmorra, ou, para ser algo mais ao nível da party, o Silverwing tinha que ser um jovenzinho, o que também não era uma solução plausível. Assim, apareceu o Ag’Agnis! E não o “Dragão Gagá”, com o caramelo do Alex o baptizou!!! Porra para o Alex que embirra com os meus NPC TODOS! Não há um único com quem ele não mande vir!
Em suma, acho que o timing para “as revelações” foi bom, para mais coincidindo com o timing perfeito para o Lithlandis fazer multiclass para Dragon Stalker.
Todos os combates resultaram bastante bem – em particular aquele momento de “estamos tão mortos”, quando pensaram que era a Qamara e a verdadeira Yeshelné que ali estavam! A parte engraçada: os “big badass demons” foram praticamente inofensivos, com a Qamara, o Vrock e os Bulezaus a falharem mais de 75% dos ataques, enquanto os cocós de nível 3 (ghouls, versão ghast) foram quem realmente colocou a fasquia no limiar “perigo”.
» O Momento da Sessão:
Jack está paralisado. Tem dois ghouls a morder-lhe, e a contagiá-lo com “ghoul fever”. Os três “Maurícios” aproximam-se dele e desatam a descarregar “chill touches” em cima dele. Não há nada que Jack possa fazer. Está com um “hold person”, e mesmo que fique com hp negativos, está para todos os efeitos “congelado em pé”, e os ghouls não vão parar enquanto ele não morrer. Jack chega a -12 hp. Basta perder 3 hp e transforma-se num ghoul dentro de algumas horas. Chega um dragão de prata e cura-o.
Spoil sport...
» Pelo Pior:
A chegada a Khundrukar era um dos momentos mais importantes da campanha – senão mesmo o mais importante. Há já algum tempo eu tinha anunciado que ia revelar o enredo da campanha com muita antecedência, em vez de guardar as revelações para o final. Infelizmente, ninguém tomou atenção rigorosamente nenhuma a tudo o que foi dito nesta sessão. Eu percebo que estivessem todos “on fire” para se vingarem da Qamara e libertar o Lithlandis, mas isso fez com que todas as peças do puzzle fossem relegadas para segundo plano, “matando” assim o possível impacte que a revelação do enredo pudesse ter. Agora, mais a frio, vou tentar enunciar todos os elementos importantes que foram dados durante a sessão:
- Existe algo chamado “O Pacto de Tiamat” que ninguém sabe ao certo o que é.
- Esse “Pacto” foi tentado pelos Morueme há cerca de um milénio, quando Tharkin matou Nahauglaroth.
- Neste momento, Olothontor está aliado a Kasdeva-Oryax e a um terceiro dragão, supostamente para realizar esse Pacto.
- Existem três locais de poder mágico que estão ligados ao “ritual”: Khundrukar, provavelmente alguma coisa nos desertos de gelo para lá das Montanhas da Coluna do Mundo, e um terceiro local onde “Olothontor terá andado há dois anos” (vá lá, esta até um ghoul chegava lá...).
- A única fonte que poderá desvendar o que é o “Pacto de Tiamat” é um livro chamado Draconomicon que se perdeu na queda de Netheril (a passagem do livro tem uma pista importante).
- Olothontor está a quatro meses de se tornar um Great Wyrm.
Juntando as peças do puzzle: vocês têm quatro meses de tempo real na história para descobrir o que é o Pacto de Tiamat, e impedir que Olothontor e os seus aliados o concretizem. Falta-vos apenas “a derradeira peça” que é saber ao certo o que é o Pacto. Para isso precisam do Draconomicon.
Qual é o “catch” no meio disto tudo? O Olothontor é neste momento um “Blue Wyrm” (CR 23). Como sabem, a campanha acaba a nível 20. Isto significa que, têm quatro meses para chegar a nível 20 e conseguir reunir poder suficiente para matar o Olothontor. Se ele completar o Pacto, ou se ascender a Great Wyrm (CR 25), ele ganha, vocês perdem.
É um enredo simples, mas que me parece interessante q.b. Não é “a invasão do army of darkness”, ou a “ressurreição do deus do mal”, ou “the usual Dragonlance stuff where the entire world is about to go boom!”. É uma corrida, e quem chegar primeiro à meta, ganha. :)
Como é óbvio, nem o Olothontor nem os seus amigos vão ficar quatro meses sentados à espera que vocês cheguem ao pé deles para os matar. “Expect some *minor* nuisances along the path...”
» Lições & Considerações:
1. High Level Play tem algumas complicações. Os combates, mesmo simples, ocupam mesmo muito tempo, e para o DM começa a ser algo “penoso” conseguir gerir tanta informação. As opções quase intermináveis de spells e innate abilities obrigam a ter as coisas muito bem preparadas, ou levam a que se cometa uma série de erros motivados pela distracção ou pela simples limitação da atenção que o cérebro humano consegue dispensar a várias coisas em simultâneo.
E isto ainda estamos a nível 10. Começo a recear um pouco o que vai sair daqui em diante.
2. Actualmente fazemos muita palhaçada nas sessões. Parece-me que quase tudo é levado na brincadeira, mesmo as partes de role-play puro, ou os momentos que deveriam ser “mais dramáticos”. Aqui faço um mea culpa, pois sei que também tenho boa parte da responsabilidade disso.
Mas não sei se isto é bom, ou se é mau... Os momentos de “comic relief” tornarem-se “a prática normal” em cada sessão é algo saudável, ou é algo que começa a “destruir” o potencial de uma história épica e dramática, que aos poucos começa a ser encarada como um “filme do Shrek”?
Não que eu tenha alguma coisa contra os filmes do Shrek... :P
3. Custa a aceitar que por vezes as coisas não correm tão bem quanto esperamos, ficando por vezes aquém das expectativas. O meu plano inicial passava por ser o Silverwing a revelar-vos o plot depois de saírem de Khundrukar. Infelizmente, a necessidade de colocar o Ag’Agnis levou-me a ter que adaptar a situação, e assim o resultado final não saiu como eu esperava. Fiz asneira. Só deveria ter feito as revelações depois de encontrarem o livro do anão. Mas agora já está, e como não sou a favor de “retcons”, há que seguir em frente.
4. As regras alternativas para fear effects, hold person, etc. que pensei para esta sessão deram bom resultado. Podem ainda necessitar de limar algumas arestas, mas pelo menos continuam a ser penalizantes q.b. para o jogador, sem o colocar numa situação de “ficas aí 10 minutos a olhar para a parede”. Vou começar a fazer uma folha de “house rules” para estar sempre acessível para consulta.
5. E mais uma vez, isto lá ficou num testamento como o Jack, The Ghoul, tanto gosta. :P
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